domingo, 31 de agosto de 2008

Era um anjo!


Tenho certeza era um anjo

Algo nele brilhava

Sua aura aquecia

O coração de quem lhe visse palpitava

As almas humanas inebriavam-se

Com a doçura que dele emanava.

Um anjo

Com sorriso de anjo

Cabelos de anjo

Olhos de anjo

Energia de anjo

Quem lhe via

Por ele se apaixonava

Sua beleza

Sua leveza

Seus gestos simples

A todos tocavam

Não chorou nunca

Uma vez sequer...

De uma forma mais simples

Assim, disse a mulher.

Que segurava ao peito

Um bebê morto

Pela fome

Miséria

Descaso

De todos nós

Pelo outro.

sábado, 16 de agosto de 2008

Ampulheta da vida.

Ampulheta da vida.

O tempo passou

E insistes em não ver

Finges que para ti ele parou

E esforça-te para ou outros não perceberem

Tua agonia, teu sofrimento, tua dor.

Ao ver surgir no teu corpo

Apesar de teu horror

As marcas desse terrível molestador

O tempo.

Que tira a firmeza da tua pele

Enruga tua face

Entrava teus ossos

Encrava espinhos nos teus sonhos.

Contudo, insistes, veemente em negar.

A passagem dos ponteiros do relógio

Os nascimentos e mortes do Sol

As primaveras que se foram em frescas manhãs

Os verões que te marcaram endurecendo teu coração.

Insistes em vão...

Pois, mesmo vestida de criança.

Teus olhos dizem os anos que se passaram

Nas lembranças que por essas janelas escapam

O descer da areia da ampulheta da vida.

(visite:
Poemas e Encantos II )

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Condutor

Condutor.


Às vezes vejo os sofrimentos

Dos que se foram e não partiram

Dos que partiram e se esqueceram

E vagam em estreitos caminhos.

Ás vezes posso ajudar no processo

Com eles falando

Ou rindo

Afinal, são homens e mulheres.

Que ficaram presos

Não indo.

Às vezes os vejo em suas casas

Entronados em cadeiras inexistentes

Ao portão esperando docemente

Os que já não vêem.

Às vezes parece um sonho ou pesadelo

Mas, se tenho o dom por Deus dado (por mim almejado).

Que seja minha alma uma pequena condutora.

Que os leve até a ponte ou porta segura

Onde tem inicio o fim de suas agonia.

No socorro bondoso dos guias.

(visite:
Poemas e Encantos II )


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Valor


Valor.

Uma flor...

Um bem-me-quer

Caída ao meio da estrada

Suja

Pisada

Semi esmagada

Sem perfume

Aberta as pétalas sem pudor

Murcha

Machucada

Feia

Mal tratada.

Ninguém lhe dar valor.

Uma criança

Um anjo

Quem-me-quer

Caído na vida

Sujo

Pisado

Semi esmagado

Sem aroma

Sem conceitos

Fechado a vida

Maltratado

Ninguém lhe dá valor.

Até quando isso Senhor?

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Poemas e Encantos II )

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Corpo.

Meu corpo.

Tenho por limite meu corpo

Braços e pernas que pouco se estendem.

Tenho por navio meu corpo

Que veleja pela vida.

Tenho por amor Divino meu corpo

Que leva minha alma pelos tempos.

Tenho por mata borrão meu corpo

Que na pele aponta meus erros.

Tenho por amigo meu corpo

Que me espera quando saio.

Tenho por sentido meu corpo

Quando acaricio alguém.

Tenho por porto meu corpo

Para onde volto quando me convêm.

Tenho por memória meu corpo

Em todas as vezes que aqui voltei.

Tenho amor pelo meu corpo

Que me recebe sempre.

Esteja eu mal ou bem.

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Poemas e Encantos II )

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Teia

Teia.

Pai ajuda-me a tecer

A trama da minha vida

Com doces fios

Cheios de maravilhas

Por Vós doados eternamente

No passado, no futuro, no presente.

Que seja fina a minha trama

Para que quem nela caia não se machuque

E delicie-se com meu mel

Recebido de Ti

Usado por mim.

Pai.

Que eu possa aproveitar

A matéria prima mais louvável

Mais, doce e indispensável.

A vida de qualquer ser

Que une plantas, bichos e homens.

O universo num bailado constante

Teu amor em cada ser.

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Poemas e Encantos II )




segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Sonhos que tive


Sonhos.

Dos sonhos que tive.

Dos sonhos que realizei.

Dos sonhos que vivi.

Dos sonhos que só sonhei.

Dos sonhos que ultrapassei.

Dos sonhos que esqueci.

Dos sonhos que cumpri.

Dos sonhos que pari.

Dos sonhos que me ressenti.

Dos sonhos que perdi.

Dos sonhos abandonados.

Dos sonhos crucificados.

Dos sonhos alienados.

Dos sonhos realizados.

Dos sonhos beatificados.

Dos sonhos mil que abandonei.

Dos sonhos só um não cedi:

De Ti não desistir.


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domingo, 10 de agosto de 2008

A Felicidade

A felicidade.

Não mora ao lado.

Nem a minha frente.

Não está no passado.

Nem ausente.

Encontra-se em lugar mais fácil.

Tão fácil que esquecemos.

A felicidade é no agora.

Em todo bem que fazemos.
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sábado, 9 de agosto de 2008

Dançam


Dançam.


Dançam a luz e a sombra.

Em meios as nuvens brancas.

Auréolas dos santos.

Os coros dos anjos.


Dançam.

A luz lépida ligeira.

A sombra pesada e passageira.

Dançam juntas em bailado.

E quem as vê fica estupefato.


Mas, dançam.

Dançam felizes.

Como antigas companheiras.

Num baile interminável.

Dançam com beleza inigualável.

Dançam.

A sombra atrás da luz.

Perseguindo-a implacável.

Enquanto a luz nem percebe o perigo abominável.

Até que se volta sorri e abraça a sombra.


Dançam.

Abraçadas sombra e luz.

E esta desfalece.

A sombra envolvida em luz.

Alumia-se e desaparece.


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sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Estarei.

Estarei.


Estarei sempre aqui.

Até quando Deus permitir.

Esperarei-te à janela.

No meu quarto de dormir.

Estarei entre livros e poeira.

Em meio a velas, aromas.

E fumaça.

E meu coração pensará em ti.

E pedirei bênçãos para tua vida.

E proteção para tu e o que é teu.

Falarei bem de ti.

Amarei a ti como irmão.

Até que te vá um dia.

Não sei para onde.

Também não perguntarei.

Continuarei, porém, a fazer o mesmo.

Menos te esperar a janela.

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quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tuas mãos.

Tuas mãos.

São expressões da tua alma.

Quando:

Acalentam um bebê.

Afagam o rosto de uma criança.

Constroem para outros usarem.

Escrevem palavras de ânimo.

Dizem adeus para que o outro parta sem culpas.

Enxugam lágrimas de tantas dores.

Limpam o mundo.

Salvam vidas.

Ensinam.

Agitam-se em alegria.

Aplaudem que o merece.

Participam do amor.

Apertam as mãos frias do amigo que se vai para outro plano.

Arriscam-se pelo bem de outro.

Fecham-se para não compactuar com o erro.

Elas falam por ti.

Dizem que sois.

E no fim repousam sobre o teu peito.

Como o protegendo da amargura do adeus.

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quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Conhecimento.

Conhecimento.

Ah! Agora me dói o peito

Ver os meus defeitos.

Conhecer meus erros.

Ter-me corrompido os desejos.

Cegado-me as paixões.

Vívido no ócio.

Fugindo da solidão.

Maltratado irmãos.

Nunca sacrificado meu prazer.

Não ter amado e fazer sofrer.

Fugido dos problemas.

Fechado os olhos ao sistema.

Ser devasso.

Intransigente.

Não perdoar.

Ser a todos ausente.

Pensar só em mim.

Como dói agora.

Que me conheço.

E que a todos que me amavam eu deixo.

Mesmo sem ter merecimento.

No padecimento quando lancei meu último suspiro.

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terça-feira, 5 de agosto de 2008

Lumiar


Iluminando.

Quem me dera ser o Sol

Para iluminar os planetas

A Terra azul de oceanos e mares

Fazer crescer a grama e o carvalho

Banhar o ar purificá-lo.

Derramar luz sobre os homens.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Então, quem sabe ser a Lua.

Volitando no mar das estrelas

Sendo visitada por anjos e cometas

Inspirando os poetas e poetisas

Abrilhantado as noites dos enamorados.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Talvez, uma estrela a piscar no espaço.

Rodeada de irmãs alumiando o céu noturno

Trazendo sorte a quem me fita

Um astro com luz própria.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Poderia, quem sabe, ser fogos de artifícios.

Em grandes festas

Em tempo de júbilo

Quando a paz faz folia

E só traz a humanidade alegria.

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Contudo, ainda me esmerando, poderia ser uma vela.

Num casebre pequeno e imundo

Iluminado os parcos recursos

De algum irmão da sociedade deserdado

Mas, reconheço, não estou pronta para esse trabalho.

Resta-me ser a faísca do fósforo

Que pelo menos por alguns instantes

Ilumina um canto

E nesse instante para meu espanto

Serei uma faísca divina.

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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Canção da natureza.



Canção da natureza.


O vento que assobia.

A ventania que uiva.

O cão que ladra.

O gato que ronrona.

A água que escorre.

A chuva que caí.

A grama que cresce.

A flor que desabrocha.

O pássaro que canta.

A baleia que canta.

A terra que se move.

As pedras que rolam nas estradas.

O andar das nuvens.

Os trovões e relâmpagos.

O inseto que voa.

O réptil que rasteja.

As asas da borboleta a baterem.

A lagarta a roer a folha.

O silêncio só existe para o homem.

Para que ele possa ouvir a Deus.

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domingo, 3 de agosto de 2008

Honra e dignidade



Honra e dignidade.


Não há honra em manter-se a palavra.

Quando essa é juramento de vingança.

Não há dignidade em seguir com promessas.

Quando já não convém a maioria.

Não há honra em seguir velhos conceitos.

Quando esses ferem direitos humanos.

Não há dignidade em dizer a verdade.

Quando ela é pueril e só machuca quem a escuta.

Não há honra em considerações a nomes e tradições.

Quando eles escondem o lamaçal de corrupção e futilidades.

Não há dignidade em bradar erros alheios.

Quando o brado não retirar o ser dos trilhos da esquerda.

Não há honra em se manter estático nos valores.

Quando não produzem mais crescimento.

Não há honra em se postar como dono da verdade.

Quando a verdade humana é relativa.

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sábado, 2 de agosto de 2008

Pássaros

Pássaros.

A janela abre para fora.

Incomum janela.

Que abre para fora.

Abre para fora.

Convidando-os a entrarem.

Com seus cantos e cores.

Seus pios de amores.

Seus gorjeios.

Seus vôos.

Seus gracejos.

Que entrem os pequenos seres.

E façam uma cantoria.

Que encha esse quarto.

Essa casa de alegria.

Com seus cantos e magia.

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sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Canto.

Canto.

Canto as minhas dores.

As tuas.

As deles.

Canto os desencantos.

Meu.

Teus.

Deles.

Canto a tristeza.

Minha.

Tua.

Deles.

Canto a solidão.

Minha.

Tua.

Deles.

Canto que vai ao coração.

Meu.

Teu.

Deles.

Canto e me espanto.

Por mim.

Por tu.

Por eles.

Canto e continuo, pois:

Em mim.

Em ti.

Neles.

Encontro esperanças.

Assim, preciso continua meu canto.

Levando essa luz a cada canto.

Cantos esquecidos de encantos.

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