terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Aranha.

Como uma aranha vagabunda.

De fundo de quintal.

Que nada importa se não a próxima refeição.

Que tece a teia com más intenções.

E se pendura e espera a vitima desejada.

Estendi minha teia pela minha estrada.

Como armadilhas prontas para me alimentar.

Daquilo que nem precisava.

Mas, meu orgulho e vaidade almejavam.

Enroscados em minha teia minhas vitimas.

Que se debatiam e se emaranhavam.

Até que cansadas cediam.

A tudo que eu desejava.

Fui uma aranha negra, peçonheta.

Que feria a todos que de mim se aproximavam.

Para me refestelar na riqueza e na luxuria.

Na vida cheia de fatura.

Sem nada dá, sem pedir, só furtar.

Meu veneno era sutil.

Minha língua taça de fel.

Minhas garras poderosas.

E fui grande entre os homens.

Poderosa e ameaçadora.

Mesmo quando as carnes já enrugadas.

Faziam-me esconder o rosto.

E a poucos receber.

Ainda tramava a minha teia.

Com medo de algo perder.

Perdi o corpo.

A vida física de uma velha megera.

Mas, tudo o que consegui não deixarei para ninguém.

Ficarei aqui nessa casa, com minha prataria, minhas jóias e milhões de quinquilharias.

Toda eternidade.

Nessa ilusão.

Nessa solidão.


(visite: Poemas e Encantos II )

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