quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A espera.






































_ Ele chegou Rosa?

_ Não dona Ana. Ainda não chegou.

_ Pois, Rosa prepare o jantar do meu filho da maneira que ele gosta.

_ Sim, dona Ana. Do jeito que ele gosta.

Estendeu os olhos para a patroa. Há muito não era a mesma. Suspirou.

_ Tá pronto dona Ana.

_ E meu filho Rosa?

_ Chega um pouco mais tarde dona Ana.

A velha senhora sentou-se à mesa. Com modos finos iniciou a degustação.

_ E meu filho Rosa?

Indagou ao terminar o jantar.

_ Hora dona Ana chega daqui a pouco.

_ Vou me recolher Rosa. Quando meu filho chegar mande-o ao meu quarto.

Ao passar pela sala parou frente ao retrato de um belo jovem. Olhou-o com profundo carinho. Por um instante seu semblante anuviou-se e seguiu para seu quarto. Na casa reinava o silêncio. A velha senhora dormitava quando ouviu o ranger da porta do cômodo.

_ Meu filho?

Seus lábios se abriram em um sorriso, seu olhar se iluminou.

_ Mãe cheguei.

_ Que bom querido!

_ Mãe vamos?

_ Para onde meu bem?

_ Onde estou.

Segurando-a levemente pela cintura dirigiu-a para fora da casa. Penetrando num belo e maravilhoso jardim.

_ Dona Ana...

Rosa entrou no quarto. Olhou-a fixamente. A velha senhora estampava um sorriso sereno nos lábios. Uma lágrima rolou dos olhos da velha empregada. Finalmente havia terminado o sofrimento, a espera por vinte anos, de um filho que morto, nunca poderia retornar ao lar. Retirou-se do aposento e dirigiu-se ao telefone.

_ Dr. Luiz?

_ Sim.

_ È a Rosa. Dona Ana morreu.

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