segunda-feira, 21 de maio de 2007

Solidão

Quando te sentes só, corres os olhos pela tua casa,
Pela tua vida, pela tua alma.
Encontrarás relegado e esquecido,
Uma riqueza, um bem, um objeto, uma palavra.

Reúnes o que encontrardes
E sai em busca de um irmão necessitado.
São tantos em pobreza, miséria e violência.
Levas o que é teu,
O que conseguistes aquinhoar pelas vidas.
E doas. Doas com satisfação, Doas com amor.

Um velho brinquedo.
Dos filhos que já crescidos se foram.
Uma roupa que está justa demais para teu uso.
Um bom livro, encostado na prateleira.
Uma hora de tua vida,
Dada para acompanhar, um doente,
Solitário no seu leito de dor e morte.

Doe-se. Verás que a solidão
Que dói tanto em teu peito
Não é resultado senão do teu egoísmo.
Tantas coisas têm a dar.
E quando te resguardas deste ato,
Isola o espírito de compartilhar a tua graças.

Ressente-se por estás só.
Abandona o teu ninho, teu casulo, tua teia.
Enveredas pela vida, entrega-te.
E verás teus dias preenchidos pelo amor
Que tu mesmo doaste,
No sorriso daqueles que socorrestes.

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